No sábado, 12 de julho de 2025, o mundo do automobilismo brasileiro foi abalado por uma tragédia durante a quarta etapa da Adventure Cup, realizada em Paulo Lopes, na Grande Florianópolis. O experiente piloto Roberto Junkes, de 64 anos, natural de Criciúma, perdeu a vida após sofrer um grave acidente enquanto competia na categoria UTV Over 55, pilotando um Can-Am Maverick 1000.
O acidente ocorreu no quilômetro 15,5 do percurso, em um dos trechos mais técnicos da prova. Segundo a organização, Junkes perdeu o controle do veículo e sofreu ferimentos fatais. A equipe de resgate foi acionada imediatamente, incluindo o helicóptero Arcanjo do Corpo de Bombeiros, mas infelizmente o piloto não resistiu.
A paixão pelo esporte e os riscos da velocidade
Roberto Junkes era conhecido por sua dedicação ao rally e por sua paixão por esportes radicais. Amigos e familiares relataram que ele estava fazendo o que mais amava no momento do acidente. A Adventure Cup, considerada a maior competição de rally Baja do Brasil, reúne pilotos de todo o país em trilhas desafiadoras que exigem técnica, resistência e coragem.
Mesmo com protocolos de segurança rigorosos, como vistoria técnica, equipamentos homologados e suporte médico especializado, o rally continua sendo uma modalidade de alto risco. A morte de Junkes reacende o debate sobre os limites da segurança em competições off-road, especialmente em categorias de alta velocidade como a dos UTVs.
Segurança em pauta: o que pode ser feito?
A tragédia levanta questionamentos sobre a eficácia das medidas de proteção em eventos automobilísticos. Embora a Adventure Cup tenha seguido todos os procedimentos de resgate e segurança previstos, o impacto do acidente mostra que há espaço para melhorias. Especialistas defendem:
- Reforço na análise de trechos críticos
- Monitoramento em tempo real dos veículos
- Revisão dos protocolos de emergência
- Capacitação contínua das equipes de resgate
O regulamento técnico da Confederação Brasileira de Automobilismo já exige o uso de equipamentos como capacetes homologados, dispositivos de retenção cervical (Hans), macacões antichamas e sistemas de rastreamento. No entanto, a imprevisibilidade do terreno e a velocidade elevada continuam sendo fatores de risco.
Luto e homenagens: o legado de Junkes
A organização da Adventure Cup decretou luto oficial e prestou solidariedade à família e aos amigos de Roberto Junkes. Nas redes sociais, pilotos e fãs do esporte compartilharam homenagens emocionadas, destacando a alegria e o comprometimento do empresário com o rally.
“Ele morreu fazendo o que mais amava”, escreveu um colega de competição. “Vai deixar saudades na família das trilhas e do off-road”, disse outro.
O velório foi realizado na Capela Quartzo do Crematório Millenium, em Içara, e a cerimônia de despedida ocorreu na manhã de segunda-feira, 14 de julho.
Entre adrenalina e responsabilidade
A morte de Roberto Junkes é um lembrete doloroso de que, por trás da emoção e da velocidade, há vidas em jogo. O rally é uma celebração da superação e da técnica, mas também exige responsabilidade e constante revisão dos limites da segurança.
Que a memória de Junkes inspire não apenas homenagens, mas também ações concretas para tornar o esporte mais seguro — sem apagar a chama da aventura que move tantos apaixonados pelas trilhas.